Em sintonia com a demanda crescente de eventos e competições esportivas e o interesse cada vez maior dos telespectadores em notícias regionais e locais, a Rede Bahia de Televisão lançou em sua grade de programação no dia 2 de julho de 2005 o Bahia Esporte. O programa que é exibido todos os sábados, depois do Jornal Hoje, aborda as principais competições esportivas do estado, levando para o telespectador as disputas, as modalidades esportivas mais diversas, o futebol, os esportes radicais e também o esporte amador. O programa, possui um grande destaque para a cidadania, no conteúdo de algumas matérias é possível ver a relação do esporte cidadão, e o interesse do programa em divulgar esse tipo de atividade.
Com apresentação ao vivo de Patrícia Abreu, o Bahia Esporte mostra curiosidades do meio esportivo, além de contar com a participação do telespectador que pode sugerir pautas, enviar vídeos e votar em pesquisas pela internet. Matérias sobre bastidores e treinamentos, personalidades, histórias de dedicação e amor ao esporte, atletas de todas as idades, os craques e seus clubes e muito mais entram na pauta deste programa. Com linguagem moderna e dinâmica, o Bahia Esporte conta ainda com participações ao vivo de vários pontos do estado bem como transmissões de provas e eventos das mais variadas modalidades. Na praia, no campo ou no ar, o Bahia Esporte mostra o que de melhor acontece no esporte baiano, e principalmente mostra as relações da mídia e cidadania que não são muito vistas no meio da Televisão atual.
Foram analisadas 4 edições do programa Bahia Esporte, os programas dos dias 12, 19, 26 de maio e a do dia 2 de junho de 2007. O programa é dividido em três blocos que geralmente apresentam de duas a três matérias. Uma característica marcante do programa são aquelas que tratam da cidadania e da inclusão social, em todas as edições analisadas teve uma matéria com esse teor, o que denota um objetivo nítido do programa.
Na edição do dia 12 de maio o programa fez uma homenagem ao ex-jogador da seleção olímpica de basquete, Gilson Trindade, primeiro atleta olímpico baiano. Foi abordado a sua trajetória no esporte e ele falou de um projeto, no qual ele faz parte, para a construção de centros olímpicos em diversos municípios baianos que levarão seu nome. Já no dia 19 de maio, o Bahia Esporte falou e transmitiu algumas lutas do Torneio de boxe sub-17 promovido pelo pugilista baiano Acelino “Popó” Freitas em um ginásio do subúrbio de Salvador. Nesses dois exemplos pecebe-se uma particularidade em comum.
A mídia se utiliza de duas personalidades que conseguiram adquirir notoriedade através do esporte e estes se utilizam dessas ações altruístas para adquirir uma maior visibilidade. O caso de Popó é ainda mais sintomático, no ginásio onde está sendo realizada a competição, as paredes estão repletas de pôsteres, ele atua como jurado, cronometra o tempo de cada round, além de ser o produtor do evento, acaba por conseguinte aparecendo muito mais que os meninos que estão competindo, denotando muito mais uma estratégia de comunicação do que uma ação voltada para a visibilidade dos novos boxeadores. Esse tipo de atitude se aproxima muito mais do marketing social, que consiste numa gestão estratégica tendo em vista a imagem que se cria de pessoas e produtos no mapa cognitivo da audiência, do que uma iniciativa do terceiro setor.
Na edição de 26 de maio, o Bahia Esporte cobriu o evento Esporte e Cidadania que ocorreu na cidade de Simões Filho, no qual as crianças puderam participar e praticar 36 modalidades esportivas de graça, tendo contato com os mais variados esportes. Já no dia 2 de junho, o programa falou sobre a Associação Pestalozzi da Bahia que possui 150 alunos, todos eles, portadores de necessidades especiais. È uma escola especial, no qual os alunos estudam e fazem oficinas profissionalizantes e com a construção da quadra, passaram a praticar basquete e ficaram em 4° lugar.
Um grande problema do jornalismo cidadão que pôde ser percebido foi a atomização e a descontextualização das notícias. Os eventos, os assuntos ganham e perdem sua visibilidade da mesma forma, geralmente não há o acompanhamento dos envolvidos nas matérias já divulgadas, tratando-se de cidadania, isso é um aspecto de suma importância, para comprovar se de fato essas iniciativas estão dando os resultados esperados.
Por se tratar de um programa televisivo, o Bahia Esporte tem como receptor modelo, pessoas de todas as faixas etárias e classes sociais, todavia a segmentação da audiência consiste na temática esportiva e o interesse que as pessoas têm pelo esporte e principalmente, de que forma o programa aborda esse tema.
As matérias trazem consigo uma aura dramática e senacional, que buscam prender o telespectador através da emoção, das atividades desenvolvidas como um ato heróico, de pessoas idôneas que se dedicam ao bem-estar dos outros. É claro que isso é possível, no entanto, ao analisar de forma mais minunciosa as mensagens, percebe-se um discurso que visa a visibilidade midiática e da composição de uma boa imagem por parte da audiências das personalidades envolvidas.
Com apresentação ao vivo de Patrícia Abreu, o Bahia Esporte mostra curiosidades do meio esportivo, além de contar com a participação do telespectador que pode sugerir pautas, enviar vídeos e votar em pesquisas pela internet. Matérias sobre bastidores e treinamentos, personalidades, histórias de dedicação e amor ao esporte, atletas de todas as idades, os craques e seus clubes e muito mais entram na pauta deste programa. Com linguagem moderna e dinâmica, o Bahia Esporte conta ainda com participações ao vivo de vários pontos do estado bem como transmissões de provas e eventos das mais variadas modalidades. Na praia, no campo ou no ar, o Bahia Esporte mostra o que de melhor acontece no esporte baiano, e principalmente mostra as relações da mídia e cidadania que não são muito vistas no meio da Televisão atual.
Foram analisadas 4 edições do programa Bahia Esporte, os programas dos dias 12, 19, 26 de maio e a do dia 2 de junho de 2007. O programa é dividido em três blocos que geralmente apresentam de duas a três matérias. Uma característica marcante do programa são aquelas que tratam da cidadania e da inclusão social, em todas as edições analisadas teve uma matéria com esse teor, o que denota um objetivo nítido do programa.
Na edição do dia 12 de maio o programa fez uma homenagem ao ex-jogador da seleção olímpica de basquete, Gilson Trindade, primeiro atleta olímpico baiano. Foi abordado a sua trajetória no esporte e ele falou de um projeto, no qual ele faz parte, para a construção de centros olímpicos em diversos municípios baianos que levarão seu nome. Já no dia 19 de maio, o Bahia Esporte falou e transmitiu algumas lutas do Torneio de boxe sub-17 promovido pelo pugilista baiano Acelino “Popó” Freitas em um ginásio do subúrbio de Salvador. Nesses dois exemplos pecebe-se uma particularidade em comum.
A mídia se utiliza de duas personalidades que conseguiram adquirir notoriedade através do esporte e estes se utilizam dessas ações altruístas para adquirir uma maior visibilidade. O caso de Popó é ainda mais sintomático, no ginásio onde está sendo realizada a competição, as paredes estão repletas de pôsteres, ele atua como jurado, cronometra o tempo de cada round, além de ser o produtor do evento, acaba por conseguinte aparecendo muito mais que os meninos que estão competindo, denotando muito mais uma estratégia de comunicação do que uma ação voltada para a visibilidade dos novos boxeadores. Esse tipo de atitude se aproxima muito mais do marketing social, que consiste numa gestão estratégica tendo em vista a imagem que se cria de pessoas e produtos no mapa cognitivo da audiência, do que uma iniciativa do terceiro setor.
Na edição de 26 de maio, o Bahia Esporte cobriu o evento Esporte e Cidadania que ocorreu na cidade de Simões Filho, no qual as crianças puderam participar e praticar 36 modalidades esportivas de graça, tendo contato com os mais variados esportes. Já no dia 2 de junho, o programa falou sobre a Associação Pestalozzi da Bahia que possui 150 alunos, todos eles, portadores de necessidades especiais. È uma escola especial, no qual os alunos estudam e fazem oficinas profissionalizantes e com a construção da quadra, passaram a praticar basquete e ficaram em 4° lugar.
Um grande problema do jornalismo cidadão que pôde ser percebido foi a atomização e a descontextualização das notícias. Os eventos, os assuntos ganham e perdem sua visibilidade da mesma forma, geralmente não há o acompanhamento dos envolvidos nas matérias já divulgadas, tratando-se de cidadania, isso é um aspecto de suma importância, para comprovar se de fato essas iniciativas estão dando os resultados esperados.
Por se tratar de um programa televisivo, o Bahia Esporte tem como receptor modelo, pessoas de todas as faixas etárias e classes sociais, todavia a segmentação da audiência consiste na temática esportiva e o interesse que as pessoas têm pelo esporte e principalmente, de que forma o programa aborda esse tema.
As matérias trazem consigo uma aura dramática e senacional, que buscam prender o telespectador através da emoção, das atividades desenvolvidas como um ato heróico, de pessoas idôneas que se dedicam ao bem-estar dos outros. É claro que isso é possível, no entanto, ao analisar de forma mais minunciosa as mensagens, percebe-se um discurso que visa a visibilidade midiática e da composição de uma boa imagem por parte da audiências das personalidades envolvidas.
O conceito de jornalismo cidadão precisa ser revisto. É claro pelos meios de comunicação, mas principalmente pelos profissionais jornalísticos, analisando até que ponto eles estão contribuindo com a cidadania e com os princípios de sua atividade. Uma releitura da cidadania na mídia, passa por uma modificação das concepções vigentes por parte dos empresários midiáticos e por conseguinte dos jornalista, mais cientes de sua função no que tange à cidadania
13 comentários:
seu blog é muito bom
um belo conteúdo
parabéns :)
Plim - plim!!!
Excelente blog!
Está de parabéns!
legal o template
boa sorte
Interessante
Cada um se adapta como pode para conseguir sobreviver, ainda mais no jornalismo.
Olá Caique,
muito bom seu texto sobre esse novo programa. Espero que mais projetos assim sejam praticados pelo Brasil.
Essa nova modalidade de jornalismo ainda vai dar muito o que falar! E somos nós os profissionais da comunicação que devemos tomar a frente e fazer sempre o melhor, tanto para a comunicação quanto para a sociedade.
Bjs
ps. www.jmfeller.blogspot.com
Para um programa televisivo, a multiplicidade de formas de participação e o espaço dedicado a elas parecem ser bem relevantes!
O grande problema do jornalismo cidadão parece ser o jornalista saber lidar com essa colaboração dos cidadãos -- até o profissional 'aprender', muita descontextualização e atomização ainda poderá ser percebida...
Copiar?
Desculpe mas acho que você não leu o texto nem nada do blog, o texto que você comentou é original como inumeros que tem no blog.
Critica real é justa, mas o contrario é complicado.
Parceria entre blogs aceita.
Adicionei o seu blog aos favoritos.
Conto com a sua reciprocidade.
Abraço.
Prezado Caique,
Parabéns pela sua inciativa de criação do blog "JORNALISMO EM FOCO" - eu não sou jornalista, sou tão somente um cidadão inconformado com o papel de "juiz" que a imprensa de modo geral tem cumprido nesse país.
Tenho também um blog, que vai justamente nessa linha, de ser crítico ao papel que a imprensa cumpre. Tenho certeza que nesse século, o que vai prevalecer, é esse tipo de iniciativa, os "blogs" - para o despero da grande mídia.
Se puder, faça um visita ao meu blog, pois o seu, eu já vou listar na minha listagem de links favoritos na coluna do blog. Segue o endereo: http//bogdopaulinho.blogspot.com
Eu moro em S.Paulo - Capital, e morei em Salvador (a trabalho) - adoro o povo baiano, sempre hospitaleiro, nunca fui tão bem recebido fora de casa, como fui em Salvador. Parabéns, um abraço.
Paulinho
Não sei se vc leu o texto completo do meu blog.
Ele aponta para não só as vantagens da globalização.
Tbm fala sobre os prós e contras.
Infelizmente ou felizmente é um processo irreversível
Quanto ao seu blog , gostei bastante...
[]s L.Sakssida
Caíque,
Queira por gentileza difundir esta mensagem que, infelizmente, demonstra o mau jornalismo em ação.
http://www.revistaforum.com.br/sitefinal/blog/
Extraído do Blog do Rovai
Governo Serra faz marketing com fuzis em favela
(13/09/2007 11:39)
Jornalistas bons os jornais comercias têm e aos montes. Aliás, a grande maioria. Os picaretas, em geral, são os estafetas que nunca saíram nas ruas para fazer uma reportagem. Ficam ali, na ante-sala do dono apenas dando as “diretrizes editoriais”. E passando informações privilegiadas para os amigos dos donos.
Mas hoje a Folha mostra a degradação moral de alguns jornalistas, da Polícia Militar, da assessoria de imprensa do governo e do governador do Estado se ele não vier a demitir sem pestanejar a todos os que estiveram envolvidos no estapafúrdio replay de uma ação policial.
O leitor que tem assinatura do Uol ou da Folha deve ler a matéria no original. Para aqueles que não os têm, coloco um trecho:
“Em uma ação de marketing, a Polícia Militar de São Paulo repetiu ontem uma incursão antidrogas em uma favela apenas para que pudesse ser filmada e fotografada pela imprensa. Eram cerca de 10h na favela Alba (zona sul), onde moram 7.500 pessoas. A incursão dos PMs havia acabado momentos antes, registrada só por uma equipe da TV Globo e três fotógrafos – entre eles, um da Secretaria da Segurança Pública.
Com a intenção de “desestruturar o tráfico de drogas e estreitar laços com a comunidade", policiais tinham entrado na favela, na chamada Operação Saturação, enquanto 201 carros da polícia, a cavalaria e um helicóptero a cercavam. No total, 667 homens e mulheres participavam da ação, cujo balanço oficial não foi divulgado.
Diante do lamento de jornalistas (comentário meu: sinto vergonha de ser jornalista quando sou exposto a esse tipo caso) de outros órgãos de imprensa, que, recém-chegados, não tinham conseguido registrar as cenas, a assessoria de imprensa do governo José Serra (PSDB) interveio.
Com isso, uma nova incursão foi organizada pela PM “para que todos possam fazer boas fotos da operação”, como disse a assessora Teresa Cristina Miranda.
Policiais e repórteres seguiram, então, para dentro da favela. Todos vestindo coletes a prova de bala da PM. Esta incursão durou cerca de 35 minutos e, segundo a própria polícia, ninguém foi preso e nenhuma arma ou droga foi apreendida.
Três repórteres fotográficos, entre os quais um do “O Estado de S.Paulo” e um do “Diário de S.Paulo”, e três cinegrafistas, sendo um do SBT e outro da TV Bandeirantes, acompanharam seis policiais, que revistaram moradores em vielas.
Enquanto ocorria a incursão, um helicóptero da PM fazia manobras, chamadas de “desembarque tático”, onde nove policiais se revezaram em breves vôos rasantes sobre a favela, descendo a 80 metros dali."
(...)
"A Folha questionou outros policiais presentes na operação sobre o motivo da segunda incursão. Eles confirmaram que serviria exclusivamente para mostrar aos jornalistas.
Na operação, funcionários da Subprefeitura de Santo Amaro derrubaram barracos de moradores, mesmo sem autorização judicial.
A assessoria da subprefeitura afirmou que a retirada das moradias foi um erro e que será estudada uma solução para as famílias.
Com a imprensa por perto, a polícia nos tratava bem. Longe, todo mundo era tratado como traficante”, afirmou Flaviane dos Santos Ferreira, 24, que perdeu o barraco na operação de ontem da PM.”
Sinto nojo - Não dá para dizer outra coisa disso tudo: sinto nojo. Isso é mais do que degradação moral é crime.
Foi praticado por alguns jornalistas, pela assessoria de imprensa do governo do Estado e pelo comando da operação. Eximo apenas os policiais que a realizaram porque cumpriam ordens.
O governador Serra e os órgãos de imprensa que participaram desse escândalo precisam se explicar. Quero saber, por exemplo, a opinião da OAB-SP sobre o caso, da Fenaj e do Sindicato dos Jornalistas.
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